

Dedicado ao estudo e interpretação da música antiga e organizado pela Pró-Reitoria de Cultura e Centro Cultural Pró-Música da Universidade Federal de Juiz de Fora, é um dos mais importantes e tradicionais eventos do gênero no Brasil. O Festival vem contribuindo para a renovação no campo da música antiga, introduzindo conceitos de interpretação histórica e formando novos públicos. Foi reconhecido como Patrimônio Imaterial da cidade. Em 2021, sua realização, inteiramente online, contará com uma série de 5 documentários discutindo a relação entre música e pintura e 5 episódios documentais abordando o processo de construção de apresentações musicais.
A segunda e última etapa da 32ª edição do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga tem início no próximo dia 10, com uma série documental que prossegue nos dias 12, 15, 17 e 19 de novembro, sempre às 20 horas, pelo canal da Cultura Artística no YouTube. Com o tema “Música para os olhos”, essa sequência foi produzida por meio de parceria entre a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a Universidade Federal de São Paulo (USP), com apoio da Cultura Artística, trazendo à cena virtual ressignificações dos concertos realizados na semana de 25 a 29 de outubro, dedicando um episódio a cada uma das apresentações.
O segundo, intitulado “Cânone Acidental”, corresponde ao sexteto op. 9 de Filippo Gragnani (1768-1820). Nele, os participantes do concerto discorrem sobre a ideia de cânone, o conceito de obra de arte e julgamentos que elevam compositores ou instrumentos ao status de canônicos, em muitos casos relegando-os ao esquecimento.
O terceiro episódio, “O Jardim de Corelli”, enfoca a obra do eminente compositor e violinista Arcangelo Corelli (1653-1713), considerado um dos melhores de seu tempo. O assunto é decorrente da pesquisa de mestrado do violinista Roger Ribeiro, que discorre sobre a ideia de “ornato”. Ribeiro explica como construiu a interpretação da sonata op. 3 nº 2, gravada no concerto, recuperando, hipoteticamente, a maneira como provavelmente Corelli teria interpretado sua peça.
Com o título “O Reverso das Ruínas”, o quarto trabalho em torno da ressignificação dos concertos também é resultado de uma dissertação de mestrado. Trata-se de uma pesquisa voltada para a reconstrução de uma partitura que contém diminuições do músico Giovanni Bassano (1561-1617), cujo último exemplar quinhentista se perdeu durante a Segunda Guerra Mundial.
Finalmente, o quinto e último episódio, “Melancolia no Jardim das Delícias”, é voltado para a maneira como o flautista Jacob van Eyck (1590-1657) floreou peças do compositor John Dowland (1563-1626), mostrando não apenas a circulação de música na Europa do século XVII, mas ainda um emocionante diálogo entre dois grandes músicos que nunca se conheceram pessoalmente.
Os concertos da série Ut pictura musica do 32º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga serão transmitidos às 20:00 (UTC-3), precedidos de um bate-papo com os músicos, transmitido em formato live às 19:30 (UTC-3). Os concertos e os bate-papos serão transmitidos pelo canal no YouTube do Cultura Artística.
Gabriel Pérsico, traverso – Monica Lucas, clarinete
Joelle Pardens, violino – María Jesús Olodriz, violoncelo